domingo, 22 de novembro de 2009

O melhor amigo é...


O mecânico de confiança da minha família tem uma Rottweiler igual a minha, só que mais velha. Qualquer um que veja o "relacionamento" dos dois fica embasbacado, é o mesmo que ver um pai idolatrando uma filha, aliás, é disso que ele a chama: filha. Seu nome é Diana, ela é um pouco gordinha, o que causa ira de seu dono quando terceiros comentam sobre isso perto dele. Ela é mansa, vai com todos, anda tranquilamente pela oficina de seu "pai", cheira clientes e outros mecânicos como se fosse um labrador feliz. Uma vez minha mãe o perguntou o porquê de tanta idolatria, a resposta foi simples e objetiva: ela me curou de uma depressão. Eu penso: um cachorro não vai te consolar, passar a mão na sua cabeça, te dar conselhos ou exemplos de superação, ele só vai ficar lá, com você e, com esse simples gesto, é capaz de te curar. Cachorros são assim, sempre estarão com você, claro, se você o tratar como um amigo. Não importa se você seja negro; pardo; oriental; gordo; magro; aidético; tetraplégico, pobre, milionário, eles estão lá. Naquele filme "Um dia depois de amanhã" havia um mendigo negro, e lá estava o cachorro. Aqui perto também tem um mendigo, e quem é o seu talvez único amigo? O cachorro. Por quê, né? Os mendigos nem, ao menos, dão comida a eles, qual o motivo dessa fidelidade? Com certeza não teria amigos se não fizesse nada por eles, se eu me tornar um alcoolatra, minha família e amigos me abandonam, a Kira não. Ela fica o dia inteiro me seguindo, mesmo em seu canil, por onde quer que eu ande pela casa; quando pego a guia pra passear, ela surta de felicidade, mas não fica mais contente que eu. Não existe aquele interesse que estamos acostumados, chego quatro da manhã em casa e ela sente meu cheiro na entrada no bairro; se levanta e começa a chorar a troco de nada. Além dessa fidelidade, eles sentem a tristeza de seu(s) dono(s) e sofrem com isso também. Precisamos dar mais valor neles, só consigo sentir pena de quem não gosta de cachorro.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Indignação - Parte I


Detesto mensagens que querem indicar amadurecimento de quem as cita, tipo: Cresça, independente do que aconteça!
Essas mensagens são podres, fétidas e sem um mínimo de criatividade. Qual é o objetivo de espalhar esse tipo de bosta pela fala? Foi feita para rimar ou para servir de conselhos a todos que, por exemplo, visitam seu orkut? E isso inclui inimigos e desafetos?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Da série: Existe coisa mais ridícula?


Existe coisa mais ridícula que ter 30 anos e se gabar por "pegar" garotinhas de 20? Nessa idade, quero ter, no mínimo, um mestrado.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O que te mantém?


Achar eu sempre achei, o que eu acho? Acho que as pessoas são hipócritas demais. Hoje eu não acordei muito animado, isso não quer dizer impaciente. De manhã ouço, praticamente, as mesmas piadas, aqueles sorrisos não forçados, mas pouco sinceros me irritam, e muito. Às vezes me sinto estranho com meus próprios amigos, não diretamente com eles, isto é, se existe a presença de alguém que eu não tenho muita consideração, não consigo ser a mesma coisa, me sinto meio enjoado, engulo as palavras e olho para o lado frequentemente (não tem mais trema, estou me adaptando).

Mas nem é isso que me irrita de verdade, eu quero falar do que as pessoas julgam por amor. Existe um cidadão que ama muito uma garota, não duvido, mas cura a saudade que sente dela com outras, que não tem muito a ver com a história, aliás, nada a ver. Mas para ele, isso pode ser amor.

Já existe outra cidadã que fala a mesma coisa, relacionada ao amor, para o atual, como falava para o anterior. Aposto que se perguntada o porque dessa postura, vai se ofender. Por quê, né?

O amor é um imenso casco de tartaruga; duro, muito difícil de se quebrar. Quando a tartaruga morre, o casco apodrece, mas caso ela se alimente bem, só quebra com moto serra. Neste casco não se cabe mais de uma tartaruga, se o casco deixar um intruso entrar, a tartaruga vai se ferir, podendo morrer e o casco apodrecer. É isso o que quase todos fazem, possuem plano B (uma espécie de fuga pra quando o namoro porco do indivíduo acabar), fazem pouco caso do tal sentimento (só fala mal pros amigos/as) e por aí vai. Acabam se fodendo por essas merdas, perdem aqueles que julgavam ser especiais/únicos e hoje vivem nessa vida medíocre de copiar a fala para namorados e curar saudade com outras/os.

Essa falsidade me irrita muito, cada vez que penso nisso, me sinto mais contente comigo e com o meu namoro que, sem exageros, é o que me mantém.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mais uma dele...


A criatividade da maioria dos escritores tem vida curta. Ouvem os elogios e acreditam neles. Há apenas um juiz final do que foi escrito, que é o escritor. Quando é influenciado pelos críticos, editores, leitores, está acabado. E, é claro, quando for influenciado por sua fama e sua fortuna, você pode mandá-lo flutuando rio abaixo junto com a merda.

Cada nova linha é um começo e não tem nada a ver com as linhas que a procederam. Todos começamos como novos, a cada vez. E, é claro, isto não tem nada de sagrado. O mundo pode viver muito facilmente sem livros do que sem encanamentos. E alguns lugares do mundo quase não tem nenhum dos dois. É claro, preferia viver sem encanamento, mas preciso dele porque estou doente.

Não há nada que impeça um homem de escrever, a não ser que ele impeça a si mesmo. Se um homem quer realmente escrever, ele o fará. A rejeição e o ridículo apenas lhe darão mais força. E quanto mais for reprimido, mais forte ele se torna, como uma massa de água forçando um dique. Não há perdas em escrever; faz seus dedos do pé rirem enquanto você dorme; faz você andar como um tigre; ilumina seus olhos e coloca você frente a frente com a Morte. Você vai morrer como um lutador, será reverenciado no inferno. A sorte da palavra. Vá com ela, mande-a. Seja o Palhaço nas Trevas. É engraçado. É engraçado. Mais uma linha...

Bukowski, o velho safado.


13/09/1991
(...) Mas não acho que não fiquei burro por acaso. Será que um cara burro se dá conta que é? Mas estou longe de estar satisfeito. Há alguma coisa em mim que não consigo controlar. Nunca dirijo meu carro por cima de uma ponte sem pensar em suicídio. Quero dizer, não fico pensando nisso. Mas passa pela minha cabeça: SUICÍDIO como uma luz que pisca no escuro. Alguma coisa que faz você continuar, saca? De outra forma, seria apenas loucura. E não é engraçado, colega. E cada vez que escrevo um bom poema, é mais uma muleta que me faz seguir em frente. Não sei quando às outras pessoas, mas quando quando me abaixo para colocar os sapatos de manhã, penso: Deus Todo-Poderoso, o que mais agora? A vida me fode, não nos damos bem. Tenho que comê-la pelas beiradas, não tudo de uma vez só. É como engolir baldes de merda. Não me surpreende que os hospícios e as cadeias estejam cheio e que as ruas estejam cheias. Gosto de olhar os meus gatos, eles me acalmam. Mas não me coloque em uma sala cheia de humanos. Nunca faça isso comigo. Especialmente numa festa. Não faça isso.


Trecho de "O Capitão Saiu Para o Almoço e os Marinheiros Tomaram Conta do Navio" de Charles Bukowski.

Esse livro contém trechos de um diário que o autor utilizou 1991 até poucos dias antes de sua morte em 1994.

domingo, 26 de julho de 2009

Bronha, bronha, chupetão...vamo lá!


Tanto indo como voltando, eu sempre perco a vontade de viver quando vou ao Shopping Center de Uberlândia. Por quê? Porque uberlandenses são seres, no mínimo, merecedores de um estudo mais apropriado. (Tá, em qual quesito?), pergunta minha consciência. No quesito VESTIMENTA, quem vai naquela porra, principalmente nos finais de semana, sabe do que me refiro. Uberlandenses atingem o máximo do ridículo ao se vestirem, e isso vai entre: ir na feira, ir pra faculdade e ir no shopping.

Homem rico na feira: Camisa, bermuda e chinelo, ou um sapato de vô.
Mulher rica na feira: Não vai.
Homem pobre na feira: Jaqueta, blusa, calça jeans e tênis (de preferência branco).
Mulher pobre na feira: Vestido (???).

Homem rico na faculdade: Camisa polo, corrente de prata, calça jeans (de 200 conto pra cima) e tênis branco (Adidas, Reebok e NIKE)
Mulher rica na faculdade: Se vestem como se estivessem ido pra rave.
Homem pobre na faculdade: Roupa do serviço.
Mulher pobre na faculdade: Maquiagem, muita maquiagem; tênis Nike parcelado e blusas e calças de liquidação do shopping ou BOTAS.

Homem rico no shopping: Mesma coisa que ir na feira.
Mulher rica no shopping: Vixe, mistura de raves e casamentos. Coisa de loko.
Homem pobre no shopping: Homem pobre mesmo não costuma ir muito; quem vão, são os filhos que usam camisa falsificada da everlast, boné branco da adidas, calça jeans cheia de bolso, tênis branco e algum colar de coquim, bem grandes.
Mulher pobre no shopping: Fantasias de carnaval.


Eu, sinceramente, não sei o porque disso, é muito diferente de todas cidades que morei. Não fui criado aqui, tanto que ninguém da minha família passa perfume pra ir no shopping, imagino que devem olhar pra gente e pensar: olha a ralé ali. Foda-se.